Depois de reunião de líderes na quinta-feira, 4, foram definidos os nomes do presidente e do relator da CPI do MST, que investigará a atuação do Movimento Sem Terra e as invasões a propriedades rurais privadas nos últimos meses. O Tentente-coronel Zucco (Republicanos-RS) irá presidir a Comissão, enquanto a relatoria ficará a cargo do deputado Ricardo Salles (PL-SP). Os demais nomes que irão compor o colegiado deverão ser oficializados daqui duas semanas pelo presidente Arthur Lira (PP-AL), que voltará a presidir sessões da Casa no dia 16 de maio, após retornar dos Estados Unidos. Durante debate com o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) no Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, desta sexta-feira, 5, o deputado estadual Tomé Abduch analisou a CPI do MST, dizendo que ela é necessária para proteger o agronegócio e que as pessoas do campo estão “aterrorizadas” pelas invasões do MST. “A CPI do MST é sim necessária. Nós precisamos proteger nosso agronegócio, que é o que move o Brasil. Essas pessoas que acordam cedo para trabalhar e estão aterrorizadas com esse movimento que invade as propriedades privadas produtivas. Não é que invadem propriedades não produtivas. Até porque, se fossem não produtivas, não seriam eles que tomariam a decisão de desapropriar alguma coisa. Vamos torcer para a CPI dar certo e podermos investigar essas pessoas”, disse Abduch.
Em contrapartida, Boulos se mostrou contrário à existência da CPI do MST, dizendo que a Comissão não tem um objeto e é totalmente descabida. ““Essa CPI é um casuísmo, que inclusive vai ser questionada no Supremo Tribunal Federal porque não tem objeto. Pela legislação, uma CPI precisa ter um fato definido para poder ser instaurada. Uma CPI do MST é uma coisa totalmente descabida”, afirmou o parlamentar. “[A CPI] Foi articulada pela Frente Parlamentar da Agropecuária no Congresso Nacional com o objetivo claro de criminalização do movimento social. Eu fico me perguntando por que não propuseram uma CPI dos empresários do agro que apoiaram e financiaram a tentativa de golpe do 8 de Janeiro. Porque não se propõe uma CPI sobre as dívidas acumuladas de várias empresas do agro com o Banco do Brasil que não pagam e depois conseguem aprovar Refis na Câmara dos Deputados, se locupletando de dinheiro público? Acho que essas CPIs seriam mais benéficas para o país do que criminalizar o movimento”, continuou Boulos.
Comentários: