A família de Mailton Ribeiro Santana, 46 anos, foi surpreendida pela Polícia Federal nesta segunda-feira, dia 29 de julho, na porta de casa, em Porto Seguro, BA.
A esposa do preso político Keline Souza Conceição, 32 anos, diz que inicialmente acreditavam que eram os agentes do monitoramento eletrônico de Teixeira de Freitas, BA, para recolocar a tornozeleira que foi cortada para fazer duas cirurgias de coluna, em maio e junho.
Os pinos foram rejeitados e ainda deve fazer pelo menos mais uma cirurgia.
A determinação da prisão pelo ministro Moraes tem data ainda de 25 de junho.
“Eles simplesmente levaram o meu marido para a delegacia, fizeram a audiência de custódia às 14 horas de ontem e depois o levaram para o CPE Conjunto Penal de Eunápolis”, relata.
De acordo com Keline, o marido teria consulta hoje, 30 de julho, para o médico definir uma nova cirurgia, por conta da rejeição dos pinos colocados na coluna.
“O que mais nos causa estranheza é que não olharam para os documentos do hospital que comprovam que a retirada da tornozeleira foi motivada por saúde. Não foi uma transgressão às cautelares”, diz ainda.
No meio da tarde de hoje, uma assistente do presídio de Eunápolis ligou para a Keline para dizer que o seu marido não passou muito bem e foi levado para o serviço de emergência. Na ocasião, ela repassou todas as informações possíveis do quadro de saúde do marido, que já foi operado da coluna cinco vezes.
Família grande e sem recursos para se manter com o bloqueio dos valores recebido pelo INSS e cesta básica.
O preso político tem uma filha de 8 anos com Keline e outras três meninas de 9, 10 e 17 anos. Keline não trabalha porque tem uma outra filha de 12 anos, autista, que requer atenção.
Desde 2018, o marido está desempregado e vem sofrendo com a hernia de disco. Ele recebia auxílio de pouco menos de R$ 2 mil do INSS e Keline a bolsa família. No momento, não recebem nem a pensão, nem o auxílio. “Quando consigo, saio na praia para vender pimenta, que é o que o meu marido fazia nesses últimos anos para conseguir algum valor a mais para sustento da família”, narra.
“Antes de fazer a cirurgia, o hospital exigiu documento enviado pelo monitoramento autorizando o corte da tornozeleira. Meu marido falava sempre com um senhor chamado Ailton e para nós estava tudo certo, meu marido não estava descumprindo cautelar do STF”, desabafa.
PRISÃO EM BRASÍLIA
Mailton foi preso pela primeira vez em Brasília, por estar acampado no QG em 09/01/2023. Ficou dois meses preso no Presídio Papuda junto com outros patriotas, quando em 16/03/2023 o ministro Alexandre de Moraes concedeu a liberdade provisória.
Por denúncia da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado da Bahia, com data de 14/06/2024, ele voltou a ser preso por ordem do STF. A secretaria informou Moraes que, embora o dispositivo de monitoramento eletrônico esteja ativo, houve evasão em 29/05/2024.
Em consequência dessa denúncia, o patriota voltou ao presídio ontem, além de ter ordem de bloqueio de bens móveis e imóveis, além de contas. A advogada de Mailton, Dra. Shanisys Butenes, foi procurada, mas não informou as providências jurídicas para retirar o paciente do presídio.
Por: Ana Maria Cemin\Jornalista
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