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Colapso no Transporte Público Gera Caos em Porto Seguro

Mobiliza Empresariado e Poder Público

Colapso no Transporte Público Gera Caos em Porto Seguro
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O transporte público de Porto Seguro viveu, entre os dias 23 e 24 de novembro, um colapso operacional que provocou atrasos generalizados, abandono de passageiros, prejuízos ao setor produtivo e danos à imagem turística da cidade. A crise ganhou contornos oficiais após o Grupo Autônomo Empresários Unidos, coletivo independente formado por mais de 300 empresários da região, representada pelo diretor estadual da ABIH-BA, o empresário do setor hoteleiro, Vinícius Brandão, encaminharem à câmara de vereadores um ofício cobrando respostas imediatas da casa legislativa municipal e do Executivo, sendo respondido de imediato pela vereadora Lívia Bittencourt, diante do que classificam como “o mais grave episódio de falha de mobilidade dos últimos anos”.

O documento relata que, no domingo (23), seis horários consecutivos das linhas que atendem a Orla Norte deixaram de circular (21h00, 21h20, 21h40, 22h00, 22h20 e 22h40), deixando trabalhadores e moradores expostos à chuva, sem abrigo e sem qualquer orientação por parte da empresa operadora. Passageiros ficaram até três horas nos pontos, enquanto motoristas se recusavam a descer para a região, gerando insegurança, medo e revolta. Sem ônibus, a população viu o preço dos serviços alternativos subir e lotações praticamente desaparecerem, caracterizando o que o empresariado classificou como um “apagão total” no sistema de transporte.

A situação se agravou ainda mais na manhã de segunda-feira (24), quando o ônibus das 5h00, no Baianão, sequer saiu do terminal. Relatos apontam que motoristas passaram direto pelos pontos, ignorando trabalhadores que aguardavam desde antes do amanhecer. Como consequência, empresas de diversos segmentos — incluindo hotéis, pousadas, mercados, padarias, clínicas e barracas de praia, abriram sem parte de suas equipes. Hotéis ficaram sem recepcionistas, camareiras, cozinha e manutenção, enquanto muitos empresários precisaram custear deslocamentos de última hora por meio de Uber, caronas e transportes emergenciais. A ABIH-BA ressaltou que a hotelaria depende diretamente da chegada dos trabalhadores em horário regular para assegurar serviços essenciais ao turista, afirmando que “um colapso no transporte é, automaticamente, um colapso no turismo”.

No ofício enviado à Câmara Municipal, o setor produtivo afirma que os prejuízos já são reais, contínuos e incalculáveis, atingindo desde a economia matinal, responsável por abastecer cafés, mercados e serviços de base, até a estrutura que sustenta a alta temporada. O grupo pede que sejam tomadas medidas rigorosas de fiscalização, incluindo auditoria completa da concessão pública de transporte, convocação da empresa de viação para explicar o descumprimento de horários, encaminhamento das denúncias ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, além da criação urgente de um plano emergencial de mobilidade com reforço de frota e ônibus reserva.

A vereadora Lívia Bittencourt respondeu ao documento ainda no dia 24, afirmando ter tratado o caso como prioridade máxima e anunciado providências imediatas. Entre as ações listadas, a parlamentar protocolou um pedido para realização de uma Audiência Pública de Mobilidade Urbana em caráter de urgência, com a convocação do consórcio responsável pelo transporte e da SEMOP, exigindo explicações formais sobre a falha generalizada do sistema. Também solicitou à Presidência da Câmara a criação da Comissão Permanente de Transportes e Mobilidade Urbana, que passará a fiscalizar de forma contínua a operação, as concessões e a eficiência dos serviços prestados à população.

Além das medidas no Legislativo, a vereadora informou ter encaminhado à SEMOP um ofício cobrando a elaboração de um plano emergencial de mobilidade para a Operação Verão, período de maior fluxo de turistas em Porto Seguro. Também exigiu um relatório técnico sobre as falhas nas linhas T200 e T210 e uma atualização oficial sobre a chegada dos 39 novos ônibus anunciados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cuja inclusão na frota é aguardada há meses pela população.

O episódio expôs a vulnerabilidade de um sistema já criticado por atrasos, ônibus superlotados e falhas de comunicação. Para o empresariado, o momento é considerado um ponto de alerta máximo, especialmente às vésperas da alta temporada. Já para os trabalhadores, o colapso se traduz em insegurança, perda salarial, desgaste físico e psicológico, além da constante incerteza sobre a chegada ao trabalho. A expectativa agora é de que as medidas anunciadas avancem rapidamente e que a audiência pública seja marcada ainda nos próximos dias, dando início a um processo de responsabilização e reorganização urgente do sistema de transporte público.

Enquanto Câmara e Executivo se mobilizam, o setor produtivo afirma que continuará acompanhando de perto cada etapa e cobrando providências até que a cidade volte a ter um transporte público funcional, seguro e compatível com a importância turística e econômica de Porto Seguro.

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