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França se torna epicentro de golpes e enfrenta queda no turismo e nos investimentos

Agências europeias de cibersegurança alertam que parte significativa dessas fraudes

França se torna epicentro de golpes e enfrenta queda no turismo e nos investimentos
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A França, especialmente Paris, tem ganhado notoriedade por um motivo alarmante: o aumento expressivo de fraudes contra turistas e investidores. Segundo dados da Global Anti-Fraud Alliance, os prejuízos com golpes no país ultrapassaram 1,3 bilhão de euros em 2021 — o equivalente a cerca de R$ 8,5 bilhões. Estima-se que apenas 7% dos casos sejam oficialmente denunciados, o que indica que o impacto real pode ser muito maior.

O European Fraud Index apontou Paris como a capital europeia com maior incidência de fraudes contra visitantes. A região da Torre Eiffel, um dos pontos turísticos mais famosos do mundo, lidera o ranking de locais com relatos de golpes. Entre os métodos mais comuns estão abordagens com “brindes” gratuitos — como pulseiras — que, no fim, resultam em cobranças forçadas ou intimidações. Golpes mais sofisticados também têm surgido, com uso de inteligência artificial para criar perfis falsos de celebridades e aplicar fraudes de alto valor.

O setor imobiliário é um dos mais afetados. Muitos estrangeiros, sem domínio das leis locais, têm sido alvos fáceis de promessas enganosas de imóveis e serviços de consultoria. Um caso emblemático envolve a ucraniana Ioulia K., investigada por fraude, extorsão e falsificação de documentos. Segundo denúncias, ela atuava como consultora intermediando negócios com estrangeiros, mas estaria envolvida em uma rede de práticas criminosas que incluía intimidação e apoio de funcionários irregulares. Há suspeitas de que Ioulia tenha conexões com organizações criminosas do Cáucaso russo e influência local, o que estaria dificultando sua responsabilização legal.

Um dos casos mais recentes ocorreu em 2024, quando a polícia de Paris prendeu um homem acusado de enganar 64 pessoas com falsas promessas de aluguel de imóveis inexistentes ou ocupados ilegalmente.

Agências europeias de cibersegurança alertam que parte significativa dessas fraudes pode ter origem em grupos transnacionais ligados ao antigo bloco soviético. Esses grupos estariam explorando falhas legais e institucionais da França, levantando preocupações não só econômicas, mas também geopolíticas, com possíveis tentativas de desestabilização institucional.

Com a crescente onda de fraudes, o país enfrenta perda de credibilidade internacional, retração no fluxo de turistas e um ambiente de incerteza para investidores — fatores que exigem respostas urgentes das autoridades francesas.

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