A Polícia Federal prendeu na quarta-feira, 27, Glória Regina Trajano de Oliveira, que estava foragida há 18 anos depois de ser condenada por mandar matar o próprio marido. Ela foi localizada em Búzios, região dos Lagos do Rio de Janeiro, onde se manteve escondida desde a sentença.
Segundo a PF, o crime ocorreu em 2001 e teve como motivação o seguro de vida do homem. Após o cumprimento do mandado de prisão, expedido pelo TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), Regina foi encaminhada à 126ª Delegacia de Polícia, em Cabo Frio.
Houve a solicitação de pedido de habeas corpus, mas a juíza Luciana Cesarino de Mello Novais negou com a justificativa de que o juízo de plantão não possuía competência para julgar o caso.
Condenação
Glória Regina foi condenada a 12 de prisão em regime fechado por homicídio qualificado e forma que impossibilitou a defesa da vítima.
Conforme a denúncia apresentada pelo MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) na época, a mulher contratou, por meio de seu amante Carlos Ribeiro da Silva, um pistoleiro para matar seu marido, Claudionor Cordeiro de Oliveira Júnior, que morreu com um tiro na cabeça.
Ela teria negociado o crime com o pistoleiro por meio de telefone e conseguiu um desconto: dos R$ 5 mil pedidos inicialmente, o executor fechou por R$ 3 mil.
A motivação do homicídio seria um seguro de vida de Claudionor, que tinha Regina como beneficiária, no valor de R$ 5 mil (cerca de R$ 27 mil em valores corrigidos).
A mulher teria montado uma farsa para tentar encobrir a sua participação no crime. Após um jantar em homenagem ao Dia dos Namorados na igreja que frequentavam, o casal foi abordado na porta de casa. Regina foi trancada pelos criminosos no quintal da casa com os filhos, e o marido acabou sendo levado ao banho, onde foi executado.
Na tentativa de forjar um latrocínio (roubo seguido de morte), os criminosos levaram brincos e peças de prata que na época estavam avaliados em R$ 3 mil.
Após o crime, uma conhecida do casal contou que Regina havia conhecido o amante por meio do próprio marido, pois Claudionor havia socorrido Carlos Ribeiro em um acidente de moto e, a partir daquele momento, o homem se aproximou da família.
Regina chegou a recorrer da sentença, mas em 2006 a 7ª Câmara Criminal manteve a condenação e expediu um mandado de prisão contra ela.
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