O Brasil vive mais um momento que a matemática define como aquele que antecede o ponto de inflexão – o instante exato para que uma curva mude de direção. No caso brasileiro, duas curvas. A da União, que precisa aumentar a arrecadação para buscar sanidade fiscal. A das empresas privadas, endividadas, que buscam soluções para ganhar fôlego. O resultado desse movimento conjugado tem forte capacidade de estimular a economia. “Não adianta desenrolar a vida das famílias junto aos credores privados se não ajudarmos também as empresas a resolverem os seus problemas”, disse o vice-presidente Geraldo Alckmin. Segundo ele, existe a necessidade de um trabalho que una o Executivo e o Legislativo para promover soluções para o mundo produtivo privado. “Há agora uma oportunidade boa para melhorar o ambiente de negócios.” Ele refere-se ao combo formado por Reforma Tributária, redução da Selic e um PIB menos sonolento.
Para não desperdiçar mais uma chance histórica, como é a sina deste País, está na mesa um Desenrola para as empresas. Na carona do Desenrola para pessoas físicas (com dívidas até R$ 20 mil, na primeira fase) – lançado em outubro, com pouco mais de um mês de vida já se mostrou um sucesso –, o novo projeto é desenhado a quatro mãos.
Ao lado dessa luta de Alckmin está Márcio França, agora ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, que tem defendido publicamente um Desenrola voltado aos empresários desses segmentos.
“Temos conversado com o ministro Fernando Haddad, e a orientação do presidente Lula é que a gente siga em frente”, disse França. Segundo ele, as costuras com instituições financeiras públicas e privadas já começam a acontecer.
“Precisamos facilitar o acesso ao crédito e vamos conseguir isso com o Marco das Garantias. Mas é necessário tirar o nome das empresas do Serasa.” A ideia do ministro é que em 2024 o alívio para pessoas jurídicas esteja em cena.
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